sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

FURACÃO ALEX SOBRE OS AÇORES


publico.pt












O furacão Alex passou a tempestade tropical após ter atravessado o arquipélago dos Açores, segundo informação avançada à Lusa por fonte do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Perante uma acalmia da situação, o presidente do Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores, capitão José Dias, admitiu ter havido "uma redução de danos" relativamente àquilo que era esperado. O alerta mantém-se até às 18h, três horas depois do "decréscimo significativo da intensidade" previsto para as 15h.
Os conselhos seguidos pelas populações e as medidas decididas pelo Governo Regional dos Açores contribuíram em muito para que a situação passasse "sem causar danos significativos", considerou o capitão José Dias. O responsável congratulou-se pelo "papel fulcral" das populações – que "seguiram as recomendações feitas" – e das autoridades através de "todas as medidas efectuadas pelo Governo Regional dos Açores".
Os serviços públicos, administrativos e regionais e os tribunais estão encerrados. Também as escolas estão fechadas, como determinou a Secretaria Regional da Educação e Cultura.
Estas medidas, referiu o capitão Dias, contribuíram "com certeza para garantir uma maior segurança às próprias populações". O resultado "foi uma demonstração clara de que todos organizados, de forma articulada, conseguimos superar as situações", acrescentou. "Valeu a pena fazer todos os avisos."
O capitão José Dias reafirmou que o alerta não iria ser levantado antes das 18h. "Vamos manter todos os meios e todos os agentes de prevenção até essa hora."
Ainda antes de revelar que o furacão tinha passado a tempestade tropical, o IPMA informou que o furacão, na sua trajectória, tinha passado a leste da Terceira, a ilha dos Açores que tinha “uma elevada probabilidade de sofrer o impacto directo” da situação, mas que acabou por ser afectada pela parte menos activa do fenómeno.
“O furacão passou a cerca de 20 quilómetros a leste da Terceira, que foi afectada, mas pela parte menos activa do furacão”, afirmou à Lusa o meteorologista Carlos Ramalho, da delegação regional dos Açores do IPMA.
Sobre a passagem do furacão pelo grupo Central, o meteorologista esclareceu que a situação tinha começado por acalmar primeiro no grupo "nas ilhas de São Jorge, Faial e Pico”. Quanto ao grupo Oriental, nas ilhas de Santa Maria e São Miguel, "uma melhoria significativa do estado tempo” começaria a verificar-se depois das 15h.
Durante a madrugada e manhã, quedas de árvores no Grupo Oriental e algumas derrocadas neste grupo e no Grupo Central, bem como inundações em habitações "sem necessidade de realojamento" e "sem qualquer tipo de danos de estruturas críticos", foram as ocorrências mais registadas. "Não há perdas de vidas humanas nem feridos a registar", informou o capitão José Dias. As ilhas Terceira e de São Jorge mantêm-se como "as mais críticas".
"É certo que [a situação] merece cautela mas impõe-se também uma nota de serenidade", afirmou na sede da Protecção Civil e Bombeiros dos Açores, na ilha Terceira, num ponto de situação anterior, feito às 9h. Vasco Cordeiro descreveu uma situação de "algum transbordo de ribeiras em ilhas, como o Pico e São Miguel", e explicou que a fase da preia-mar estava ultrapassada, o que permitia "alguma tranquilidade relativamente aos riscos associados" à agitação marítima.
"Estamos todos expectantes. As pessoas estão de prevenção", sabendo que o pico de intensidade será ao fim da manhã, início da tarde, disse ao PÚBLICO Paulo Castelo, presidente da Junta de Freguesia de Ribeirinha, no concelho da Horta, ilha do Faial, uma zona mais rural, onde as pessoas permaneciam esta manhã em casa. Como nos restantes concelhos das ilhas do Grupo Central e Oriental, os serviços públicos, administrativos e regionais e os tribunais estão encerrados. Também as escolas estão fechadas, como determinou a Secretaria Regional da Educação e Cultura.
Na Horta e noutras cidades como Praia da Vitória, na ilha Terceira, o movimento de pessoas e de carros era quase inexistente a meio da manhã. "Muito poucos carros estão a circular ou estão estacionados. As valetas estão cheias de água, vêem-se poucas pessoas na rua e os estores das casas estão fechados", diz também Célia Pereira, secretária-geral da Santa Casa da Misericórdia da Horta. A instituição mantém abertas apenas as valências de internamento, decidindo fechar as Actividades de Tempos Livres (ATL) e Centro de Actividades Ocupacionais, como recomendado pela Protecção Civil.

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