A Agência Meteorológica do Japão informou na última sexta-feira (10) que o fenômeno La Niña pode começar a se formar já nas próximas semanas, quando começa o verão no hemisfério norte, e o inverno no hemisfério sul.
De acordo com as informações disponibilizadas pela agência japonesa, o fenômeno tem altas possibilidades de se desenvolver durante o período que vai de junho a agosto deste ano, prosseguindo até meados de setembro. Além desta previsão, os cientistas japoneses afirmaram que o fenômeno El Niño, que surgiu em 2014, se encerrou.
Em maio, meteorologistas australianos haviam relatado que havia 50% de chance de um evento La Niña surgir ainda este ano. Já a NOAA (National Oceanic & Atmospheric Administration, Administração Oceânica e Atmosférica Nacional), dos Estados Unidos, informou no dia 9 de junho que existia 75% de certeza de que o fenômeno se formaria em 2016.

Dados apontam para surgimento de La Niña

Em um mapa divulgado pela NOAA em maio, e que ilustra esta reportagem, já era possível visualizar uma queda na temperatura das águas tropicais do Oceano Pacífico, que são as responsáveis pela formação dos fenômenos El Niño e La Niña.
Durante a existência do fenômeno La Niña, ocorre uma diminuição da temperatura superficial das águas do Pacífico, que altera o padrão de circulação e convecção dos ventos na região, o que, por sua vez, altera o clima em várias partes do planeta.
No mapa, as cores alaranjadas e vermelhas indicam as temperaturas aferidas em maio de 2016, maiores do que as registradas pela média obtida entre os anos de 1981 e 2010, enquanto que as cores azuladas, como as do trecho destacado na linha do equador, mostram temperaturas abaixo da média no mesmo período.

Mudanças do clima no Brasil

Se o fenômeno La Niña realmente se formar, pode ocasionar alterações na quantidade de chuvas sobre o Brasil. No Norte e Nordeste brasileiro, é possível que aumente a quantidade de precipitação, inclusive com risco de alagamentos, enquanto que comumente causa secas severas na região Sul.
No Sudeste, durante os meses de verão, as temperaturas costumam ficar abaixo do normal, e não há um padrão específico de previsibilidade de chuva para a região, assim como acontece com o Centro-Oeste.  
Frentes frias podem chegar até a região Nordeste, e, durante o inverno, o Sudeste pode apresentar temperaturas normais ou também abaixo da média.