Imagens do dia 24.04.2015 mostram que ventos contrários impedem a aproximação de tempestades e sua formação em direção às Filipinas. Esses ventos são o resultado do Fenômeno El Niño.
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Probabilidade de ocorrência de El Niño em 2015 sobe para 70%
A 5 de março, o Centro de Previsões Climáticas (CPC) do serviço meteorológico dos EUA, o NOAA (National Ocean and Atmospheric Administration) emitiu um alerta para a ocorrência de El Niño com uma probabilidade de 60%. Um mês depois, reviu a expetativa em alta, para 70%, admitindo probabilidades de 60% que o fenómeno dure até ao outono. O CPC prevê contudo que o fenómeno seja de fraca intensidade, sem grande impacto em fenómenos climáticos a nível mundial no curto prazo.
O NOAA admite somente que "impactos
muitas vezes associados a El Niño poderão ocorrer em alguns locais
durante a primavera de 2015 no hemisfério norte."
De acordo com analistas, esta previsão implica que a seca que tem afetado a Califórnia nos últimos meses deverá continuar, mesmo se a precipitação aumentar na zona sudeste do país. Por outro lado, deverão ocorrer menos furacões no Atlântico e mais tufões e tempestades tropicais no Pacífico.
El Niño é um fenómeno oceano-atmosférico que afeta o clima, regional e global, e a circulação geral da atmosfera. É responsável por anos considerados secos ou muito secos. Geralmente produz fenómenos de seca extrema nalgumas regiões e chuvas muito intensas noutras. Por exemplo, mais chuva sobre o Pacífico Central e menos sobre a Indonésia.
Tipicamente, as regiões do globo mais afetadas por El Nino são a América (com especial incidência nas costas do Perú, na selva tropical e na costa ocidental do EUA) e a Oceania, embora em anos de grande intensidade o fenómeno afete todo o planeta.
Esta onda de calor no mar chamada El Niño - O Menino - aparece normalmente na época do Natal, a intervalos irregulares (de dois em dois anos ou de 10 em 10). El Niño de 1982 foi um dos piores e coincidiu com vastas mudanças na circulação global da atmosfera. Formaram-se tempestades torrenciais em zonas do Equador, do Brasil e do Peru. Nos EUA, registaram-se enormes tempestades e chuvas ao longo da costa da Califórnia, com enormes prejuízos. Houve secas e fome na Indonésia, na Austrália, na Índia e noutros países asiáticos. Desde 1990 que El Nino ocorre praticamente todos os anos, uma anomalia que muitos especialistas atribuem às alterações climáticas.
Em junho de 2014, os meteorologistas previram a ocorrência de El Niño com 80% de probabilidades, logo a partir do final do ano, particularmente desde novembro de 2014.
Parte das condições - temperaturas do mar à superfície acima da média, na zona equatorial do Oceano Pacífico - verificaram-se de facto desde essa data.
A resposta atmosférica, contudo, não foi típica de El Niño. Só em fevereiro de 2015 começaram a registar-se alterações sobre a região das águas aquecidas, com mudanças nos ventos alísios e nos padrões de precipitação, levando ao alerta.
Mesmo de fraca intensidade El Niño de 2015 poderá provocar alterações na vida marinha da costa oeste dos EUA e do Canadá e no litoral do Peru - águas mais quentes implicam menos fitoplâncton, o que afasta os cardumes e afeta a pesca. Na América do Sul e no sudeste dos EUA deverá aumentar a chuva, enquanto que o Nordeste brasileiro, o centro de África, o Sudeste Asiático e a América Central poderão ser afetados por secas.
Para o Brasil, afetado na zona de S.Paulo pela pior seca em 80 anos, o El Niño poderá trazer boas notícias.
Mas o contrário poderá verificar-se na Austrália, a braços igualmente com uma seca extrema e onde fevereiro de 2015 foi o segundo mês mais quente em 100 anos.
El Niño e Portugal
Para Portugal não são de esperar grandes consequências de El Niño.
Há um ano, ao Jornal i, o investigador do Centro de Investigação e de Tecnologias Agro-ambientais e Biológicas da Universidade de Trás-os-Montes, João Carlos Santos, explicava que a nossa região do planeta tem condições particulares.
"As previsões para a Europa Ocidental são muito difíceis, porque existem vários fatores meteorológicos que definem o clima, nomeadamente a oscilação do Atlântico Norte e as correntes de jacto, dois fenómenos difíceis de prever". O investigador recomendava previsões a apenas dois ou três meses para maior credibilidade.
Outros investigadores apontam a grande imprevisibilidade das consequências de El Niño, admitindo apenas que, quando este ocorre, há tendência para outonos e invernos mais chuvosos na Península Ibérica e mais frio no norte da Europa, reconhecendo que também já ocorreram os fenómenos opostos.
De acordo com analistas, esta previsão implica que a seca que tem afetado a Califórnia nos últimos meses deverá continuar, mesmo se a precipitação aumentar na zona sudeste do país. Por outro lado, deverão ocorrer menos furacões no Atlântico e mais tufões e tempestades tropicais no Pacífico.
El Niño é um fenómeno oceano-atmosférico que afeta o clima, regional e global, e a circulação geral da atmosfera. É responsável por anos considerados secos ou muito secos. Geralmente produz fenómenos de seca extrema nalgumas regiões e chuvas muito intensas noutras. Por exemplo, mais chuva sobre o Pacífico Central e menos sobre a Indonésia.
Tipicamente, as regiões do globo mais afetadas por El Nino são a América (com especial incidência nas costas do Perú, na selva tropical e na costa ocidental do EUA) e a Oceania, embora em anos de grande intensidade o fenómeno afete todo o planeta.
Esta onda de calor no mar chamada El Niño - O Menino - aparece normalmente na época do Natal, a intervalos irregulares (de dois em dois anos ou de 10 em 10). El Niño de 1982 foi um dos piores e coincidiu com vastas mudanças na circulação global da atmosfera. Formaram-se tempestades torrenciais em zonas do Equador, do Brasil e do Peru. Nos EUA, registaram-se enormes tempestades e chuvas ao longo da costa da Califórnia, com enormes prejuízos. Houve secas e fome na Indonésia, na Austrália, na Índia e noutros países asiáticos. Desde 1990 que El Nino ocorre praticamente todos os anos, uma anomalia que muitos especialistas atribuem às alterações climáticas.
Em junho de 2014, os meteorologistas previram a ocorrência de El Niño com 80% de probabilidades, logo a partir do final do ano, particularmente desde novembro de 2014.
Parte das condições - temperaturas do mar à superfície acima da média, na zona equatorial do Oceano Pacífico - verificaram-se de facto desde essa data.
A resposta atmosférica, contudo, não foi típica de El Niño. Só em fevereiro de 2015 começaram a registar-se alterações sobre a região das águas aquecidas, com mudanças nos ventos alísios e nos padrões de precipitação, levando ao alerta.
Mesmo de fraca intensidade El Niño de 2015 poderá provocar alterações na vida marinha da costa oeste dos EUA e do Canadá e no litoral do Peru - águas mais quentes implicam menos fitoplâncton, o que afasta os cardumes e afeta a pesca. Na América do Sul e no sudeste dos EUA deverá aumentar a chuva, enquanto que o Nordeste brasileiro, o centro de África, o Sudeste Asiático e a América Central poderão ser afetados por secas.
Para o Brasil, afetado na zona de S.Paulo pela pior seca em 80 anos, o El Niño poderá trazer boas notícias.
Mas o contrário poderá verificar-se na Austrália, a braços igualmente com uma seca extrema e onde fevereiro de 2015 foi o segundo mês mais quente em 100 anos.
El Niño e Portugal
Para Portugal não são de esperar grandes consequências de El Niño.
Há um ano, ao Jornal i, o investigador do Centro de Investigação e de Tecnologias Agro-ambientais e Biológicas da Universidade de Trás-os-Montes, João Carlos Santos, explicava que a nossa região do planeta tem condições particulares.
"As previsões para a Europa Ocidental são muito difíceis, porque existem vários fatores meteorológicos que definem o clima, nomeadamente a oscilação do Atlântico Norte e as correntes de jacto, dois fenómenos difíceis de prever". O investigador recomendava previsões a apenas dois ou três meses para maior credibilidade.
Outros investigadores apontam a grande imprevisibilidade das consequências de El Niño, admitindo apenas que, quando este ocorre, há tendência para outonos e invernos mais chuvosos na Península Ibérica e mais frio no norte da Europa, reconhecendo que também já ocorreram os fenómenos opostos.
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